(Tite se aproxima de completar um ciclo à frente da seleção brasileira em jornada rumo ao Catar — Foto: Lucas Figueiredo / CBF)
(Por Josias Pereira, Jornal O tempo)
No último fim de semana, o técnico Tite completou cinco anos à frente da seleção brasileira. É um dos períodos recentes mais longevos de um treinador no cargo para um treinador que foi eliminado com o time verde e amarelo da Copa do Mundo, caindo nas quartas de final do Mundial da Rússia para a Bélgica. Mas não havia motivos que sustentassem ali uma troca de comando. E Tite prossegue acumulando recordes. Mas ele próprio não vê uma marca de seu trabalho na seleção até o momento.
“Não tem marca ainda, ela só vai ser marca quando terminar a etapa, que a gente consiga olhar o início, meio e fim, e que a gente tenha uma real avaliação, não um recorte dela, um momento, uma circunstância. Uma etapa, um ciclo, uma passagem, uma amostragem geral do trabalho, com início, meio e fim, aí teremos condições mais de avaliação”, declarou o treinador da seleção brasileira.
Tite ainda comentou sobre o que lhe traz orgulho no comando da seleção neste período tão extenso e apontou valores morais e situações de trabalho construídos dentro do ambiente do time, seja com atletas, comissão técnica e direção. Há pouco tempo, quando da crise por causa da realização da Copa América no Brasil, chegou a se falar sobre a possibilidade de uma saída do comandante. Todavia, a sequência acabou sendo assegurada e o Brasil lidera as Eliminatórias e o grupo B da Copa América com folga.
“A escala de valores moral, ética, lealdade, a relação pessoal aqui dentro da equipe, com o que nós, integrantes da comissão técnica, direção, estabelecemos, olhando para as pessoas e falando que dentro da nossa atividade, dentro dos nossos problemas, do nosso dia a dia, o preço que nós pagamos para vencer, o preço que nós pagamos é de trabalho, ele é da competência, dessa dignidade, dessa transparência que nós trabalhamos. Isso me orgulha muito”, avaliou Tite.
Em cinco anos, já são 56 jogos de Tite no comando da seleção, com 42 vitórias, 10 empates e apenas quatro derrotas, o que lhe concede um aproveitamento de 81% dos pontos em disputa. Com o treinador, o Brasil foi campeão da Copa América, classificou-se com folga para a Copa da Rússia e trilha o mesmo caminho para o Catar.
Apesar do momento sólido e as lembranças de que pegou uma seleção ainda com as dores do 7 a 1 e uma eliminação traumática na Copa América de 2016, Tite tratou de refutar a personalização de sua pessoa como ‘reconstrutor’ do time brasileiro.
“Sem personalizar nada. Quando a gente fala, falamos em contexto e eu já sou suficientemente maduro para entender essas coisas e não tenho essa vaidade exacerbada e pegar um quadro, uma equipe toda montada e querer fazer uma assinatura maior do que o próprio quadro. Não tenho essa pretensão, já passei desse tempo. Eu tenho orgulho de cada integrante da comissão técnica que faz o seu melhor. Eu ganhei uma camisa de cinco anos e fui pedir para o cara que corta grama assinar porque ele tem valor. Quem está trabalhando conosco tem valor. Está colocando, inclusive, o seu trabalho, a sua saúde e dignidade, e faço isso com carinho, faço isso de forma desprendida, não faço isso por demagogia e quem me conhece sabe que eu sou assim. Isso me deixa feliz”, apontou o comandante.
O Brasil de Tite volta a campo nesta quarta-feira (23), às 21h, quando encar a Colômbia pela quarta rodada do Grupo B da Copa América 2021. Com seis pontos, duas vitórias em dois jogos, sete gols marcados e nenhum sofrido, o time tem um teste importante contra uma seleção que vem com altos e baixos nas Eliminatórias e também na Copa América.
(Fonte:otempo.com.br)