(Por Pe. Elizeu Hilário de Souza)
(Foto: Reprodução/Internet)
Na Igreja, o mês de agosto é celebrado como o “Mês das Vocações”. Vocação é o chamado de Deus a todos e a cada um de nós para amar e servir, mas sobretudo para tomar parte na missão de anunciar Jesus Cristo, testemunhar o Evangelho e construir o Reino de Deus. Para atender ao chamado de Deus, nós precisamos seguir Jesus de Nazaré, o Cristo, e, pouco a pouco, ir adquirindo o seu “modo de vida”.
Seguir Jesus Cristo é isso: é crer no que Ele acreditou, dar importância ao que Ele deu importância, defender a causa que Ele defendeu, olhar as pessoas como Ele as olhou, aproximar-se dos pobres, dos pecadores e das pessoas excluídas como Ele o fez, amar as pessoas como Ele as amou, confiar no Pai como Ele confiou, enfrentar a vida com a esperança com que Ele a enfrentou.
Jesus nasceu e cresceu no meio de uma realidade dura e sofrida em que os pobres eram explorados pelo Império Romano e excluídos pela religião praticada e ensinada pelos sacerdotes, fariseus e doutores da lei. A situação do povo da Galileia era trágica, era como se estivesse mergulhado na escuridão da morte. Ali reinava a injustiça e o mal, a vida não podia crescer. As coisas não estavam como Deus queria. O descaso da religião legitimava as ações dos poderosos que exploravam os pobres e estavam matando a esperança dos pequeninos, que não conseguiam mais ver o rosto misericordioso de Deus.
Diante dessas situações, Jesus percebeu que havia chegado a hora de manifestar a presença de Deus na vida do povo. E começou a anunciar: “Esgotou-se o prazo! O Reino de Deus está aí! Mudem de vida!”(Mc 1,15). Assim, do meio das trevas, o povo começou a ver “uma grande luz”, e esta luz era Jesus, o enviado do Pai, para revelar a gratuidade do amor de Deus para com os pobres e pecadores.
Jesus vivia muito atento às pessoas que encontrava em seu caminho. O olhar de Jesus para as pessoas estava cheio de carinho, de respeito e amor. Ele via o povo com fome ou com todo tipo de enfermidade; Ele via pessoas angustiadas e abandonadas, cansadas e maltratadas pela vida. Esse jeito de olhar despertava nele a compaixão pelas multidões abatidas. E não era capaz de seguir adiante sem fazer alguma coisa para aliviar o sofrimento das pessoas.
Desta compaixão é que nasceu a decisão de chamar os Doze discípulos, para enviá-los às “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10,6), com autoridade para curar toda enfermidade e libertar de todo sofrimento. Os que iriam exercer essa autoridade deveriam fazê-lo de graça, entendendo a missão um dom de Jesus. Convém ressaltar que Jesus nunca quis organizar um movimento para combater, condenar e derrotar seus adversários. Ele pensava em discípulos que iriam olhar o mundo com ternura. Queria vê-los dedicados a aliviar o sofrimento e a espalhar a esperança. Por isso deu-lhes uma autoridade orientada para o bem, mas sem deixar de adverti-los a respeito dos perigos que teriam que enfrentar por causa desta missão.
No atual momento em que estamos vivendo, constatamos que o mundo está doente. E não é só por causa do Coronavírus. As relações humanas estão contaminadas pelo vírus da corrupção, da mentira, da intolerância e da violência. É necessário e urgente recuperar nossa identidade de cristãos no mundo e assumir uma vivência mais fiel a Jesus e mais engajada no serviço do Reino de Deus, que é a promoção da vida em plenitude. Que o Espírito Santo nos dê sabedoria para perceber o chamado de Cristo e responder “sim”!
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Como é bom seguir os ensinamentos de Jesus Cristo através deste grande conhecedor da Palavra. Parabéns, Pe. Elizeu por ter aceitado o nosso convite para fazer parte desta equipe .
Texto extremamente enriquecedor para a nossa caminhada enquanto cristãos e cristãs.
Em um mundo marcado pelas desigualdades sociais e individualismo amar e servir aos irmãos é testemunhar verdadeiramente Jesus Cristo