Direção capitaneada por Sérgio Coelho completou 100 dias de Galo no último dia 13, e treinador faz 30 dias nesta sexta; próxima semana é de demonstrações importantes dos dois lados
Por Globoesporte.com/Atlético-MG
Considerando 4 de janeiro como o primeiro dia oficial da nova diretoria, o grupo liderado por Sérgio Coelho completou 100 dias à frente do Atlético-MG no último dia 13, terça-feira. Considerando o dia 16 de março (data da apresentação) como “marco zero” do trabalho de Cuca nesta segunda passagem pelo Galo, o treinador completa um mês de clube nesta sexta. E os dois lados atingem as marcas em momento de pressão.
Os 100 dias da direção e a sombra da dívida
A diretoria de Sérgio Coelho promoveu mudanças significativas na estrutura do Atlético. Trocou o diretor de futebol, o diretor da base e vários outros cargos importantes. Trouxe os “4 R’s” (empresários que investem no Galo) ainda mais para dentro do clube, formando um “colegiado” que toma decisões ao lado do presidente e do vice, José Murilo Procópio.
Assim como no ano passado, os investidores continuaram depositando dinheiro no clube para contratações – em menor volume, já que há uma base de time mantida. Sem vendas até aqui e com sucessivos empréstimos, o Galo atingiu o valor de R$ 1 bilhão em dívidas, número ainda não oficializado, mas que já foi objeto até de explicação de Rubens Menin, um dos “mecenas”, que disse que o crescimento da dívida faz parte do planejamento.
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(Presidente do Atlético, Sérgio Coelho, ao lado de Cuca — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG)
Pensando no extracampo, cabe à diretoria, neste momento, passar credibilidade a conselheiros e torcedores provando que, apesar do número expressivo de débitos, o clube “tem solução”. Para isso, terá, na próxima sexta-feira, o “Galo Business Day”, evento para expor dados financeiros, com transparência, apontando os caminhos para a solução do problema que assola os caixas.
Depois de 100 dias de mudanças, estruturação e ajustes, o momento é de provar que o clube está no caminho certo e que os próximos 100 dias podem ser esperados com otimismo.
O primeiro mês de Cuca e a pressão pós-clássico
Cuca foi anunciado pelo Atlético no dia 5 de março, mas só começou a trabalhar in loco, em Belo Horizonte, no dia 16, já que estava acompanhando de perto a mãe, Nilde Stival, que segue internada em Curitiba, se recuperando da Covid-19. A contratação dividiu opiniões entre torcedores e, de lá até aqui, o técnico comandou o Galo em cinco partidas, com três vitórias e duas derrotas. A última delas, porém, aumentou (e muito) a pressão sobre o trabalho.
O revés foi contra o rival Cruzeiro, com muito menos investimento que o Galo. Parte da torcida cobrava até uma goleada, e a derrota por 1 a 0 gerou questionamentos, inclusive, sobre o ambiente de trabalho na Cidade do Galo. Além do diretor de futebol Rodrigo Caetano, os atletas Everson e Gabriel garantiram que não há nenhum problema de relacionamento entre jogadores e o comandante.
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(Cuca durante treino na Cidade do Galo — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG)
De toda forma, a derrota no clássico joga uma responsabilidade extra sobre Cuca. Depois do jogo, em coletiva, o comandante pediu 10 dias para apresentar um Atlético diferente, melhor e mais confiável.
O prazo termina no dia da estreia na Libertadores: quarta-feira, quando o Galo encara o Deportivo La Guaira, na Venezuela. Antes, tem a partida contra o Boa Esporte, neste domingo, pelo Campeonato Mineiro – uma vitória garante a liderança da primeira fase ao Galo .
Em cima dos questionamentos e do desempenho ruim do Atlético no clássico, Cuca, logo após completar um mês de clube, já precisa dar demonstrações importantes. Estrear com vitória na Libertadores, justamente no dia em que se encerra o prazo pedido por ele próprio, é indispensável para aliviar uma pressão que, apesar de ser “precoce”, já era prevista por ele quando aceitou o desafio.